No ano de 1755 foram criadas quarenta e seis freguesias fluminenses, dentre elas, a de São João Marcos. Esta, no ano de 1811, foi elevada à categoria de vila, com a denominação de São João do Príncipe, em homenagem a D. João VI; no mesmo ano (1811), o bispo D.José Caetano concedeu ao povoado de Santana de Piraí, o predicado de freguesia curada (dependente de outra), passando a freguesia perpétua (independente economicamente) em 1817, com a denominação de Santana de Piraí, ligada ao no município de São João do Príncipe. Em 1837, Santana do Piraí, foi elevada à categoria de vila, com o mesmo nome, vindo a desmembrar-se de São João do Príncipe, criando o marco zero municipal, completando 176 anos em 2013; porém, a emancipação política-administrativa só ocorreu no ano de 1838, e somente no dia 17 do mês de outubro, na década de 70 do século XIX, Piraí recebeu o “status” de cidade. Criou-se, então, a lei oficial número 134/53, que torna feriado municipal o dia 17 de outubro; e, entre os anos de 1838 e 1921, os Presidentes da Câmara Municipal de Vereadores foram também os administradores do município.
*Freguesia: povoação, na subdivisão eclesiástica de paróquias (Dic. Michaelis – Uol, em CD). “Logo após a expulsão dos loyolistas (Jesuítas) de todos os domínios portugueses em 1759, o governador da capitania, D. José I, enviou um ofício ao Secretário de Estado, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, informando a ereção de freguesias e vilas nos locais onde existiram aldeias da Companhia de Jesus para facilitar a cobrança dos dízimos” (Revista de Humanidades, UFRN, p. 5). O título de Freguesia Curada classificava uma paróquia como dependente e submissa a outra; e de Freguesia Perpétua, a declarava independente e capaz de se manter economicamente. “A Freguesia de Nossa Senhora do Marapicu, (atual Queimados-RJ) por sua importância econômica, acabou recebendo o titulo de Freguesia Perpétua” (IBGE).
São João do Príncipe voltou a se chamar São João Marcos em 1890, quando recebeu o status de cidade. No final do século XIX, na era dos barões do café, São João Marcos atingiu expressivos vinte mil habitantes, aproximadamente, e possuiu estrutura urbana de razoável expressão: prefeitura, cadeia, hospital, duas igreja, duas escolas públicas, teatro, clubes associativos e esportivos. No início do século XX, a cidade de São João Marcos foi inundada para a criação da usina de eletricidade Light and Power, iniciada entre 1905 e 1907; no local existe hoje o Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos aberto ao público em geral. “O homem chega, já desfaz a natureza, tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar…” (Sá e Guarabira). “… em uma das casas, uma mulher morta tinha em seu colo uma criança que ainda mamava, e a seus pés outra que chorava.” Luís Ascendino Dantas, líder comunitário local (1).
O ano de 1739, datou a construção da Capela de São João, portanto, comemorou-se com grande festa o bicentenário da cidade de São João Marcos em 1939, juntamente com o seu tombamento como patrimônio histórica nacional pelo SPHAN; todavia, no ano seguinte, 1940, ocorreu o seu “destombamento” e a desapropriação obrigatória de cinco mil moradores, e também, a destruição de todos os prédios das fazendas e da cidade, para ampliação da capacidade da hidrelétrica de Ribeirão das Lajes.
Parte de Piraí – Rio dos Peixes, trabalho em andamento com referências.