No início do século XIX, Dom João VI, ao observar que a cana-de-açúcar e o algodão, principais produtos de exportação brasileira, perdiam valor no mercado internacional, e que o café era muito procurado nos mercados americano e europeu, decidiu incentivar seu plantio no Brasil ao custo de apoio político por parte dos produtores. A produção se desenvolveu no Vale do Paraíba com base na manutenção e ampliação da mão de obra escrava negra; há registros de que centenas de milhares foram trazidos da África para a região do Vale do Paraíba. Piraí foi, durante quase todo o século XIX, o maior produtor de café do Brasil; em meados do século XIX havia em Piraí 268 cafeicultores, que formavam a elite social na época, focados no lucro rápido, construção de luxuosos casarões e vida social com altos gastos, o que consumiu rapidamente seus lucros.
Na segunda metade do século XIX, Piraí viveu a grande crise na produção do café causada, principalmente pela criação de várias leis contra a escravatura no Brasil, pois era essa a mão-de-obra explorada pelos produtores. Em 1873, Piraí tinha 13.386 escravos, já em 1887, esse número baixou para 6.038, ou seja, diminuiu mais de 50 % em menos de quinze anos; com isso, os cafeicultores piraienses se endividaram. Somam-se a isso o empobrecimento do solo piraiense causado pela utilização da técnica de queimadas e perca de mercado para os produtores do oeste paulista que utilizavam máquinas e mão-de-obra assalariada. Na primeira metade do século XX foram extintas as grandes lavouras de café piraienses e as maioria das terras foram abandonadas, ou transformadas em pasto para a criação de gado. Em 1920, o município possuía 250 proprietários rurais, com 40.410 cabeças de gado e 3.108 suínos.
Parte de Piraí – Rio dos Peixes, trabalho em andamento com referências.