Autora: Érica Ferreira de S. B. de Paula – Profª de Educação Física
Os fatores que desencadearam a crise na Educação Física
Pode-se afirmar que os fatores que levaram a Educação Física a uma crise, estão ligados à crise política que envolveu o país na transição entre os regimes militar e democrático. O Brasil estava ligado ao militarismo, com um conjunto de políticas voltadas para fortalecer o regime, dentre elas o enfoque futebolístico, tornando esse esporte um símbolo nacional; além de ter na Educação Física um instrumento de preparo físico e mental do homem. Com o início do sistema democrático brasileiro, a educação nacional, necessitou de amplas reformas, bem como a própria Educação Física.
A superação da crise da Educação Física
Embora a crise de transição do regime militar para a democracia tenha gerado elementos de mudanças, o aprofundamento dos fatores que envolvem a necessidade atual da prática da Educação Física, ainda está à procura de caminhos concretos e com características bem definidas quanto à sua função a ser desempenhada na influência social cotidiana, bem como os limites de sua atuação no que diz respeito às práticas desportivas atuais com todas as suas complexidades técnicas, suas variantes e suas aplicações nos diversos contextos sócio-culturais do país.
A Educação Física Convencional
Esta é a concepção mais simples e popular para a educação em questão, visualiza os aspectos biológicos como prioritário, considerando os aspectos psicológicos secundários, irrelevantes, ou ainda, inerentes a outras cadeiras disciplinares educativas. Ela desconsiderando fenômenos isolados, centralizando sua forma analítica em um conceito global para o qual o corpo é o centro, ou o próprio homem. Sua forma de educação está voltada para os movimentos, para a qual os elementos pedagógicos são: a ginástica, a dança, os jogos, o esporte e tudo que tenha alguma dinâmica de movimentos organizados.
A Educação Física Modernizadora
Esta concepção amplifica o significado da educação física, muitas vezes se opondo ao conceito da educação física convencional. O contraste entre essas duas concepções se dá no que difere a “educação do físico” da “educação pelo físico”, onde a educação física modernizadora se utiliza de meios específicos comuns à educação física convencional, porém buscando o sentido mais amplo desses meios. Esta concepção de educação física estende-se para um conceito atualizado de saúde para o qual importa o bem-estar físico, mental e social.
A Educação Física Revolucionária
Nesta concepção o ser humano é entendido em todas as suas dimensões e no conjunto de suas relações com os outros e com o mundo. Ela pode ser definida como a arte e a ciência do movimento humano que, por meio de atividades específicas, auxiliam no desenvolvimento integral dos seres humanos, renovando-os e transformando-os no sentido de sua auto-realização e em conformidade com a própria realização de uma sociedade justa e livre.
Suas características evidenciam que só é possível conceber revolucionariamente a educação física por intermédio da chamada consciência transitiva crítica. Aquela capaz de transcender a superficialidade dos fenômenos, nutrindo-se do diálogo, e agindo pela práxis, em favor da transformação no seu sentido mais humano.
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