Psiquiatria democrática é para todos

Constroem-se lindas frases para mostrar as deficiências de um sistema que, como muitos outros, precisa de reformas e “satanizam” o verbo internar, tornando esta palavra assustadora e evitável; divulgam vídeos filmados em hospitais psiquiátricos onde, realmente exerceram-se práticas inaceitáveis, falam do grande interesse que tinham em diminuir o sofrimento humano, mas, que se decepcionaram com o sistema encontrado para trabalhar, e vendem seus esclarecedores livros sobre o assunto. Paralelamente, famílias desprovidas de recursos financeiros e psicologicamente cansadas vivem como a Maria da música do cantor e compositor Milton Nascimento, que diz: “Não vive, apenas aguenta”.                          

Transferir para famílias pobres a responsabilidade do acompanhamento efetivo de pacientes com doenças mentais graves comprovadas em seu convívio social por seus comportamentos e submeter as mesmas a um desespero quando precisam de uma atenção psiquiátrica capacitada e emergencial, não é democrático. A integração social para dependentes químicos e pacientes psiquiátricos, em muitos casos, se dá de muitas maneiras: alguns saem e dormem na rua ou viram andarilhos, outros sofrem atropelamentos, afogamentos, outros agridem pessoas gerando ocorrência policial, outros aprendem a pedir esmolas e pegar pontas de cigarros no chão correndo o risco de adquirirem outras doenças, existem também os que confundem o fogão com o vaso sanitário, outros que, surtando, quebram os móveis dentro de sua própria residência, etc.. Quem sanará os males causados às famílias pobres que são obrigadas a cuidar de parentes com doenças psiquiátricas graves e dependentes químicos com constantes surtos, quando elas não estão conseguindo cuidar nem de suas próprias perspectivas de vida?

Leiam o que disse Antonio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em conferência. (detalhes no sítio da ABP): “Defendemos ações que possibilitam um tratamento digno. Não existe saúde mental sem psiquiatra. O Ministério da Saúde precisa entender isso, e não adotar uma postura anti-médico”, “Quem tem dinheiro vai para o hospital privado. E o pobre fica sofrendo, sem tratamento digno”, lamentou.

Em memória de José Alves de Paula neste dia dos pais. 

Obrigado pela visita!

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.