Eusébio de Cesaréia

História Eclesiástica

Livro I

Capítulo 10

Os sumos sacerdotes dos judeus sob os quais Cristo ensinou.

1. Foi no décimo quinto ano do império de Tibério, segundo o evangelista, e no quarto ano do governo de Pôncio Pilatos, enquanto Herodes, Lisânias e Felipe governavam o restante da Judéia, que o nosso Salvador e Senhor, Jesus, o Cristo de Deus, com cerca de trinta anos de idade, veio a João para o batismo e começou a promulgação do Evangelho.
2. A Sagrada Escritura diz, além disso, que ele passou todo o tempo de seu ministério sob os sumos sacerdotes Anás e Caifás, mostrando que na época do sacerdócio daqueles dois homens todo o período de seu ensino foi concluído. Começou seu trabalho durante o sumo sacerdócio de Anás e ensinou até enquanto Caifás ocupar seu cargo, o período não compreendeu quatro anos completos.
3. Com os ritos da lei, já em desuso desde aquela época, os usos costumeiros em relação à adoração a Deus, segundo a qual o sumo sacerdote adquiriu seus cargo por descendência hereditária e para toda a vida, também foram anuladas e foram nomeados para o sumo sacerdócio pelos governadores romanos em tempos diferentes pessoas que permaneciam no cargo não mais que um ano.
4. Josefo relata que havia quatro sacerdotes em sucessão a partir de Anás até Caifás. Assim, no mesmo livro das Antiguidades ele escreve o seguinte: “Valério Grato colocou um fim ao sacerdócio de Anás e nomeou Ismael, filho de Fabi, sumo sacerdote, removendo-o pouco tempo depois, nomeia Eleazar, o filho de Anás o sumo sacerdote, para o mesmo cargo. Ao final de um ano ele remove também a este e dá o sumo sacerdócio a Simão, o filho de Camito. Mas ele também gozou da honra não mais de um ano, quando José, também chamado Caifás, sucedeu-o.” Assim, todo o tempo do ministério do Salvador é mostrado ter sido não mais que quatro anos incompletos; quatro sumos sacerdotes, de Anás até a nomeação de Caifás, que ocuparam o cargo por um ano cada. O Evangelho, portanto, justamente indica Caifás como o sumo sacerdote com quem o Salvador sofreu. Do qual também podemos ver que o tempo do ministério do nosso Salvador não desacorda com a investigação precedente.
5. Nosso Salvador e Senhor, não muito tempo depois do início do seu ministério, chamou os doze apóstolos, e somente a estes, dente todos os seus discípulos, deu o nome de apóstolos, como uma homenagem especial. E novamente ele designou outros setenta e os enviou, de dois em dois, adiante dele a todos os lugares e cidades por aonde ele iria.

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