Os Sumérios na Mesopotâmia – Abraão e seus Patriarcas
Os quatro grandes povos da Mesopotâmia: sumérios, babilônios, assírios e caldeus.
Os sumérios viviam no sul da Mesopotâmia e desenvolveram uma importante cultura, de 3500 – 2000 a.C. Unificaram as cidades-estado da região e as dominaram por séculos, tendo como capital, a cidade de Ur. Foram os conquistadores que marcaram as origens civilizatórias da Mesopotâmia.
Os babilônios, conhecidos, a princípio, como amoritas, subjugaram os sumérios, em 2000 a.C. e fixaram sua capital na Babilônia, donde surge sua denominação. Entre seus reis, destacou-se Hamurábi, pelas suas conquistas e pela adoção do famoso código de leis. Em 1750 a.C., os babilônios foram dominados pelos cassitas, vindos da Ásia Menor.
Os assírios eram povos antigos no norte da Mesopotâmia e estenderam seus domínios sobre ela, a partir de 1300 a.C. Sua capital era Nínive, e profundamente militaristas e guerreiros violentos e cruéis, chegaram a formar um grande império que alcançou até o Egito. Entretanto, não puderam mantê-lo, pois a crueldade com que tratavam os vencidos, levaram os povos dominados a constantes revoltas.
Os caldeus, ou neo babilônios, habitavam o sul e eram os maiores rivais dos assírios, conseguindo dominá-los em 612 a.C. Apoderaram-se, posteriormente, de grande parte das terras conquistadas pelos assírios. Seu mais famoso rei foi Nabucodonosor, célebre como conquistador e como reformador da capital, Babilônia. Ali, fez construir os “Jardins Suspensos”, considerados uma das mais belas obras arquitetônicas da Antiguidade. Em 539 a.C., os caldeus caíram sob o domínio persa. Posteriormente, seriam conquistados por macedônios e romanos.
Semita: adj. m. e f. Que se refere aos semitas. S. m. e f. Membro de um dos povos do Sudoeste da Ásia que falam ou falaram línguas semíticas e que são hoje representados pelos hebreus, árabes e etíopes e em tempos antigos também o eram pelos babilônios, assírios, arameus, cananeus e fenícios.
Ur dos Caldeus: Gênesis 10.11; 10.25; 11.28; 11.31; 15.7 Neemias 9.7 Êxodo 22.21
Mesopotâmia: Gênesis 24.10 Deuteronômio 23.4 Juízes 3.8 e 3.10 I Crônicas 19.6 Atos 2.9 e 7.2
A Pérsia – O Império Persa
Por volta do II milênio a.C., essa região passou a sofrer invasões de tribos de pastores de origem ariana (indo-europeus), que deram origem a dois reinos principais: ao norte, a Média e, ao sul, a Pérsia.
A história política dos persas remonta ao século VIII a.C. quando os assírios, no auge do seu expansionismo militar, dominaram os medos. As tribos, apesar da diversidade de suas origens e do poderio assírio, uniram-se na luta contra o invasor. Por volta do século VII a.C., o reino medo (norte da Pérsia) estava formado, tendo como capital a cidade chamada Ecbátana.
Os reis medos, durante quase todo o século VII e VI a.C., com um exército bem armado e disciplinado, tentaram impor o domínio aos persas e aniquilar o militarismo assírio na região. Apoiados pelos babilônios e pelos citas, apoderaram-se de Nínive (capital da Assíria).
Por volta da segunda metade do séc. VI a.C., Ciro, príncipe persa, unificou as tribos e formou o Império persa. A partir desse fato, os persas conquistaram os medos e iniciaram sua expansão pela Ásia Menor, Fenícia e Palestina. Em 538 a.C., os persas invadiram a Mesopotâmia, conquistando a cidade da Babilônia. Anos mais tarde, Cambises, filho de Ciro, promoveu a conquista do Antigo Egito.
O Império persa, com a conquista do Antigo Oriente, tornou-se o maior Império em extensão da Antiguidade Oriental, e Susa, sua mais importante cidade e capital. Mas, sem sombra de dúvida, o apogeu do Império persa se deu no reinado de Dario I, durante o final do século VI e início do século V a.C. Dario promoveu a consolidação do domínio persa sobre os povos conquistados e expandiu as possessões persas até a Índia.
No século XX a Pérsia passou a se chamar Irã.
Satrapias – Unidade administrativa (província) que compunha o Império Persa (Dario I).
Sátrapas ou Sátrapa – Espécie de governador, indicado pelo soberano persa para a administração de uma satrapia (“olhos e ouvidos do rei”).
A Palestina e os Hebreus
Localização e Condições Geográficas
A Palestina era um pequeno território situado entre o mar Mediterrâneo, a Fenícia, a Síria e os desertos árabes, o Oriente Médio. O rio Jordão cruza esse território de norte a sul e desemboca no mar Morto (“crescente fértil”).
As condições geoclimáticas dificultavam muito a atividade agrícola. Porém, nas margens do rio Jordão existiam água, vegetação e terras férteis e aráveis, ocasionando constantes invasões do território palestino. Sua posição estratégica, local de passagem obrigatória entre a África e a Ásia, também atraía as invasões.
Os cananeus, povo de origem semita, fundaram cidades e tentaram impedir a entrada de outros grupos nômades na Palestina antiga, também chamada de Canaã.
Por volta do II milênio a.C., iniciaram suas incursões na Palestina outras tribos nômades e semitas, os hebreus. Na mesma época, vindos do mar, os filisteus promoveram a conquista do litoral e entraram pelo interior, defrontando-se com os hebreus.
Os hebreus, originários da Arábia, deslocando-se freqüentemente em busca de terras férteis e melhores pastagens, tornaram-se o grande povo da Palestina Antiga, tanto por sua organização econômica agropastoril, quanto por sua estrutura tribal e patriarcal.
Quando os hebreus ocuparam a Palestina, ainda eram nômades e estavam organizados em clãs, doze tribos. Emigraram para o Egito no período do Médio Império, por causa de grande fome, onde foram aceitos pelos hicsos, povos de origem semita que haviam dominado o “país dos faraós”. A história de José, como governador do Egito (Gênesis 47.11).
Após esse período de ocupação, por volta do novo Império no Egito, os hicsos foram expulsos, seguindo-se também uma grande perseguição aos hebreus que, guiados pelo grande líder Moisés, retornaram à Palestina (Êxodo).
Organizados em doze tribos, conquistaram a região, combatendo principalmente a presença dos filisteus. Depois disso, as tribos hebraicas uniram-se, formando um Estado único, tendo como capital a cidade de Jerusalém, e como primeiro rei, Saul.
Vários reis se sucederam, atingindo o apogeu à época de Salomão. Com sua morte, ocorreu o “Cisma” dos hebreus. Dez tribos reuniram-se ao norte da Palestina, formando o reino de Israel (Samaria) e duas tribos ao sul fundaram o reino de Judá (Jerusalém). Com isso, os hebreus, que sempre foram militarmente fracos, foram dominados e escravizados muitas vezes. O enfraquecimento hebraico permitiu a invasão e a destruição de Israel pelo rei assírio Sargão II. Judá não resistiu aos babilônios que, conduzidos pelo rei Nabucodonosor, dominaram e levaram os hebreus para o “cativeiro da Babilônia”. A libertação dos hebreus só ocorreu quando Ciro, rei persa (539 a.C.), invadiu e dominou a Babilônia, permitindo aos hebreus cativos o retorno à “terra prometida”.
Cisma
Divisão das tribos judaicas em dois reinos: Israel e Judá (933 a.C.). Embora tivessem readquirido a liberdade e a Palestina, os hebreus continuaram sofrendo invasões até, finalmente, caírem sob o domínio romano (por volta de 63 a.C.).
Posteriormente, devido às revoltas dos hebreus, os romanos destruíram suas cidades, o que espalhou o povo hebreu pelo mundo antigo (“diáspora hebraica”). A única forma que o povo de Judá teve para manter sua união foi a religião, conservando crenças e cultura.
Diáspora. Dispersão dos judeus pelo mundo, no decorrer dos séculos a partir do ano 70 d.C. (dominação romana).
Religião e Cultura
A religião hebraica era a única marcadamente monoteísta da Antiguidade Oriental. O monoteísmo dos hebreus ou judeus (Judá) foi resultante de uma longa evolução da religião original das várias tribos hebraicas de influências orientais. O judaísmo, religião surgida a partir do líder hebreu Moisés, caracteriza-se, além do monoteísmo, pela crença na imortalidade da alma, no juízo final, e na vinda do Messias (“enviado do Senhor”). Jeová, como é chamado seu Deus, é onipresente e todo-poderoso e como tal não pode ser representado em pinturas ou esculturas. O decálogo ou “10 mandamentos” são os princípios básicos do judaísmo que, de acordo com o “Antigo Testamento”, foram ditados por Jeová a Moisés (monte Sinai). O principal documento desta civilização, escrito em hebraico e aramaico, é o chamado “Antigo Testamento”. Os livros do “Antigo Testamento” (Pentateuco, Profetas e Hagiógrafos) formam a “Bíblia dos Judeus”. O “Antigo” e o “Novo testamento” constituíram a base da “Bíblia Cristã”, que teve em comum com o judaísmo a região e seus princípios religiosos.“
Hagiografia: Biografia dos santos.
A maior contribuição dos hebreus está no plano cultural, são os princípios religiosos literários bíblicos, a escrita hebraica.
Jerusalém e suas fases na história da humanidade
Foi conquistada por Nabucodonosor em 586 a.C; ele destruiu o templo e exilou o povo judeu (Dn 1.1-2). A Pérsia conquistou a Babilônia cinquenta anos depois, e seu rei Ciro permitiu que os judeus retornassem a sua pátria. Então, construíram o segundo templo no local do primeiro e reconstruíram a cidade e suas muralhas (Ed 6; Ne 3 a 6).
Alexandre Magno, ”o grande”, príncipe e rei da Macedônia, conquistador do mundo antigo, conquistou Jerusalém em 332 a.C. Após sua morte, a cidade foi governada pelos ptolomeus do Egito.
Foi conquistada pelos selêucidas da Síria, e a helenização da cidade atingiu o auge sob o rei selêucida Antíoco IV (Epifânio); a profanação do templo de Jerusalém e a tentativa de anular a identidade religiosa dos judeus deram origem a uma revolta. Os judeus derrotaram os selêucidas, sob a liderança de Judas Macabeu; então, reconsagraram o templo (164a.c) e restabeleceram a independência judaica sob a dinastia dos hasmoneus, que se conservou no poder durante mais de 100 anos.
A lei romana foi imposta a Jerusalém por Pompeu , e o rei Herodes (Lc 1.5), o edomita, foi posto no poder pelos romanos para governar a Judéia (37-4 a.C.); ele estabeleceu instituições culturais em Jerusalém, construiu majestosos edifícios públicos e remodelou o templo, transformando-o num edifício de glorioso esplendor.
Os Judeus se revoltaram contra Roma, em 66 d.C, pois o governo romano tonara-se cada vez mais opressivo após a morte de Herodes. Jerusalém esteve livre da opressão estrangeira durante alguns anos, até que em 70 d.C, Tito conquistou a cidade e destruiu o templo. A independência judaica foi restaurada por breve período durante a revolta de Bar-Koch-ba (132-135 d.C), mas os romanos novamente triunfaram. Os judeus foram proibidos de entrar em Jerusalém; o nome da cidade foi mudado para Aelia Capitolina, sendo reconstruída pelos com características romanas.
Por um século e meio, Jerusalém foi uma pequena cidade de província; então, o imperador bizantino Constantino transformou Jerusalém em um centro cristão. A Basílica do Santo Sepulcro (335 d.C) deu início a um grande número de majestosas construções na cidade.
Os exércitos muçulmanos invadiram o país em 634 d.C, quatro anos mais tarde, o califa Omar conquistou Jerusalém, e no reinado de Abd el-Malik, foi construído o Domo da Rocha (Mesquita de Omar) em 691 d.C, Jerusalém foi por um rápido período a residência do califa. Após um século de domínio da dinastia omíada de Damasco, Jerusalém passou, em 750 d.C, a ser governada pela dinastia dos obássidas de Bagdá, em cujo a época começou o declínio das cidades.
Em 1099 d.C, os cruzados conquistaram Jerusalém, massacraram judeus e muçulmanos, e fizeram da cidade a capital do reino cruzado. Destruíram sinagogas, reconstruíram velhas igrejas e muitas mesquitas foram transformadas em templos cristãos. Os cruzados dominaram Jerusalém até 1187 d.C, quando a cidade foi conquistada por Saladino, o curdo.
Os mamelucos, aristocracia feudal militar do Egito, governaram Jerusalém a partir de 1250 d.C. Eles construíram muitos edifícios, mas, viam a cidade como um centro teológico muçulmano e a arruinaram economicamente.
Os turcos conquistaram Jerusalém em 1517 d.C. Suleiman, o Magnífico, reconstruiu as muralhas (1537), construiu o reservatório do sultão e instalou fontes públicas; porém, Constantinopla demonstraram pouco interesse por Jerusalém. Os séculos XVII e XVIII foram de grande decadência para Jerusalém.
Na segunda metade do século XIX, com o declínio do império Otomano (turco) e o renovado interesse da Europa pela Terra Santa, os judeus começaram a retornar à sua pátria.
O exército britânico, comandado pelo general Allenby, conquistou Jerusalém em 1917. Entre 1922 e 1948, Jerusalém foi sede das autoridades britânicas na Terra de Israel (Palestina), que fora entregue a Grã-Bretanha pela liga das Nações no final da Primeira Guerra Mundial. O grande crescimento ao oeste deu origem à conhecida a “Cidade Nova”, que é parte de Jerusalém.
Em 14 de Maio de 1948 e de acordo com a resolução da ONU em 29 de Novembro de 1947, Israel proclamou sua independência e Jerusalém tornou-se a capital do país. Os países árabes lançaram ataques que originaram a Guerra da Independência em 1948-49. Ao final da guerra, dividiram Jerusalém em duas partes: a Cidade Velha e as áreas ao redor, ao norte a ao sul, dominados pela Jordânia; Israel reteve o controle das partes ocidental e sudoeste da cidade. A Jordânia tentou apoderar-se da parte ocidental da cidade, porém em junho de 1967, Jerusalém foi reunificada.
O Império Romano e o Cristianismo
- O cristianismo em expansão penetra e destrói o conceito da divindade imperial, abalando o Império;
- Nero fez a primeira perseguição aos cristãos;
- Diocleciano, a última.
- Constantino legalizou o cristianismo.
- Teodósio oficializou o cristianismo (fim do paganismo romano).
- Começam a se estruturar a Igreja e o Clero.
Tentando conter a crise do Império:
- Dioclesiano dividiu o império em quatro partes (tetrarquia).
- Constantino concedeu liberdade de culto aos cristãos e fundou Constantinopla.
- Teodósio dividiu em duas partes:
1ª Império Romano Ocidental, Roma. // 2ª Império Romano Oriental, Constantinopla.
Diocleciano (284 – 305) começou a combater a crise através de várias reformas.
No plano político, tentou melhorar a administração e evitar as crises sucessórias com a implantação da tetrarquia.
A sociedade tornou-se mais rígida e hierarquizada, dividida em camadas (claríssimos, perfeitíssimos, curiais e humilitores).
Na economia, Diocleciano tentou conter a alta dos preços (inflação), estabelecendo um preço máximo para os produtos e salários (“Édito Máximo”).
Constantino (313 – 337) por meio do “Édito de Milão”, concedeu liberdade de culto aos cristãos, pois já representavam uma parcela numerosa e influente da população imperial romana. Tentou também dinamizar a produção agrícola, a fim de superar as crises de falta de mão-de-obra através da fixação do colono à terra (colonato). Outra medida administrativa importante foi a fundação de Constantinopla, que, situada na parte oriental do Império, seria com o tempo a segunda capital do Império.
Teodósio (378 – 395) ficou conhecido na história do império pela oficialização do cristianismo (395) e divisão do Império romano em duas partes: o do Ocidente (capital Roma) e o do Oriente (capital Constantinopla).
Por volta do final do seu governo, os povos genericamente chamados de bárbaros passaram a promover incursões pelos limites do Império, que culminariam nas invasões e na queda do Império romano ocidental (476 – Odoacro – governo do imperador Rômulo Augusto). (Odoacro depôs Rômulo Augusto, último imperador romano).
O Império romano começa oficialmente em 27 a.C. com a ascensão de Otávio Augusto e vai até a queda de Roma em 476 (imperador Rômulo Augusto). Na religião romana, distinguiam-se dois tipos de culto: o familiar e o público. O culto familiar era dedicado aos antepassados do lado masculino da família e era feito pelo seu chefe (caráter machista e patriarcal). O culto público fazia parte do contexto político, e os sacerdotes eram chefiados pelo “Pontífice Máximo”, que era um magistrado eleito. No culto público, notabilizaram-se as influências gregas. Com as conquistas, Roma passou a sofrer influência de cultos orientais e, posteriormente, do cristianismo (Império).