INTRODUÇÃO
O trabalho tem como objetivo apresentar a dança como modalidade a ser introduzida na aula de Educação Física. Para isso, o presente trabalho mostra os diversos aspectos da aplicabilidade da dança na aula de Educação Física, além de abordar informações históricas de extrema importância, desde a antiguidade até os dias atuais, da dança ritualística à dança contemporânea.
O mesmo procura fomentar teoricamente a dança na escola, oferecendo uma nova alternativa às aulas de Educação Física e incentivando aos profissionais da área a buscar a inclusão da modalidade em suas aulas.
DESENVOLVIMENTO
As danças, em todas as épocas da história, e /ou espaço geográfico, para todos os povos é representação de suas manifestações, de seus “estados de espírito”, permeios de emoções, de expressão e comunicação do ser e de suas características culturais. É ela que traduz, por meio de gestos e movimentos, a mais íntima das emoções acompanhada ou não de música e do canto ou de ritmos peculiares. Pressionada pelo ritmo natural, a dança na vida do homem primitivo presidia a todos os conhecimentos – nascimento/morte; guerra/paz; cerimônias religiosas e de iniciação; tinham emocionalmente caráter ritualístico.
Como educação das crianças entre os povos primitivos ainda hoje a dança deve proporcionar situações que lhes possibilitem desenvolver habilidades várias possibilidades de movimentos, exercerem possibilidades de autoconhecimento e ser um agente efetivo da harmonia entre a razão e o coração.
Há, entretanto, algumas alusões às danças nos livros com salmos, mas sempre de forma vaga: Louvemos Javé através de cantos e danças.
O povo hebreu é o único a não ter transformado sua dança em arte, denota BOURCIER (1970:17).
Segundo o historiador André Cagnot, os hebreus teriam aprendido a dançar durante o cativeiro no Egito (PORTINARI: 1989:22). Por esse motivo, a Dança de Salomé, possivelmente como a arte da sedução, teria conotações da arte egípcia.
Os gregos deram importância à Dança desde os primórdios da civilização. Ela aparece em mitos, lendas, cerimônias, literatura e também como matéria obrigatória na formação do cidadão. “PORTINARI 1989: 23”.
Em Esparta Antiga, os jovens praticavam a embatéria, ginástica rítmica que lhes davam resistência e agilidade necessárias à vida militar.
Em Atenas, só era considerado educado o homem que além da política e filosofia soubesse também tocar algum instrumento, cantar e dançar.
Na Grécia, a dança constituía parte fundamental da educação; realizada de várias formas, era empregada a partir de cinco anos até o limiar da velhice.
A dança, de uma forma geral, hibernou por vários séculos até que no renascimento surgi através da dança macabra – uma espécie de histeria coletiva – o teatro religioso com cunho educativo, ou seja, de submeter o homem em cenas de submissão aos desígnios divinos, forma de intervenção e educação.
O ensino da dança moderna, segundo as diretrizes de seus percussores, deve ter como bases as leis que regem a mecânica corporal; deve ser uma expressão global do corpo, onde a emoção, sensibilidade e criatividade, se tornam o foco central, ou seja, se convertem em uma expressão máxima ensejando ao homem a possibilidade de se auto-realizar e de se auto-conhecer exercida de forma contextual pelos que a exprimem.
Dessa forma, a Dança, não é mais privilégio de uma classe, se torna uma forma de desenvolvimento e aprimoramento do homem, possibilitando enveredar para os caminhos de auto-realização. Assim, o ensino da Dança Moderna se permitirá integrar ao currículo escolar.
A dança pode fluir tanto como sensação de alegria favorecida pelo aspecto lúdico de movimentar-se alegremente ou pode retratar e canalizar o seu humor, seu temperamento através da expressão de movimentos.
O sucesso, a alegria, a excitação, a realização, que as crianças experimentam a partir de atividades em Danças permitirão às mesmas receber reforço positivo, imediato tão valioso à estruturação de sua personalidade, pois reforçam o auto-conceito, a auto-estima, autoconfiança e auto-imagem.
Os movimentos básicos e as habilidades motoras fundamentais e especializadas quando desenvolvida sob o aspecto lúdico são mais alegres com participação ativamente vividas onde a criança aprende a liberar seus movimentos e expressar suas emoções pela exploração do movimento, do espaço do tempo rítmico.
Segundo HOTTINGER citado por TANI (1988) há um conceito de que na determinação do padrão de mudanças comportamentais devem ser levadas em consideração, a maturação, as características individuas e as experiências.
A dança na escola pode contribuir para que os educandos adotem atitudes de valorização e apreciação das manifestações expressivas e culturais brasileiras.
A dança na escola pode contribuir para a melhoria da aprendizagem do educando, visto que trabalha a percepção do próprio corpo, elemento esse indispensável à aquisição das habilidades: leitura e escrita.
A dança na escola possibilita que o educando amplie sua capacidade de interação social fazendo-o conhecer e respeitar adversidade.
Também a importância da inclusão da dança e das atividades rítmicas e expressivas no conteúdo das aulas de Educação Física, como componentes auxiliares no desenvolvimento psicomotor, cognitivo e afetivo-social do educando.
Os PCN dizem que a Educação Física deve ser uma proposta que valorize a democratização, a humanização e a diversificação da prática pedagógica da área, mas o que se tem notado na maioria das escolas é somente a prática de desportos competitivos relegando-se a dança e as atividades expressivas á segundo plano, ou até mesmo excluindo-as do plano de ensino.
A dança na Educação Física tem que está voltada não só para a recreação, ou simplesmente para o treino de habilidades motoras, mas para o equilíbrio psíquico para expressão criativa espontânea.
A dança escolar deve possibilitar o resgate da cultura brasileira por meio da tematização das origens culturais, seja do índio, do branco ou do negro, como forma de despertar a identidade social no projeto de construção da cidadania.
CONCLUSÃO
Acreditar que a dança tem um grande potencial que pode ser explorado pelos profissionais da Educação Física é o que o presente trabalho, baseado nos dados relacionados, propõe como verdade a ser analisada e planejada sob o ponto de vista da aplicabilidade da dança na aula de Educação Física, bem como sua viabilidade creditada pelos diversos aspectos positivos para o benefício do ser humano com a prática da mesma.
Sugerimos que a modalidade de dança seja introduzida nas escolas de forma lúdica e ordinária para a inclusão de todos os alunos e aproveitamento de seu potencial como forma de aprendizagem e prática da Educação Física individual e coletiva; fortalecendo a interação social, cognitiva e afetiva, tanto do educando, quanto do e do educandário.
BIBLIOGRAFIA
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DANÇA – EDUCAÇÃO – Pré Escola à Universidade
Rio de Janeiro: 5ª edição: SPRINT, 2008
FERREIRA, Vanja, p 11, 12, 15, 16 e 20
DANÇA ESCOLAR: Um Novo Ritmo Para a Educação Física
Rio de Janeiro: 2ª edição: SPRINT, 2009