As Danças Medievais e o Balé Clássico – História da Dança

Autora: Érica Ferreira de S. B. de Paula – Profª de Educação Física

Na Idade Média, as danças populares usavam movimentos livres, nos quais os participantes poderiam criar movimentos livres durante a dança. As coreografias nessas danças apenas orientam os movimentos conjuntos para que os participantes possam dividir o momento da dança. Os passos são contextualizados juntamente com a emoção proporcionada pela dança, podendo ser copiados e reutilizados em outras festividades. Ao dançar uma carola pode-se criar um passo novo e introduzi-lo no calor do momento. Todos os participantes criam e reproduzem movimentações corporais, sem distinção (SOUZA, 2009).

Os especialistas em danças medievais são praticamente unânimes em apontar que as danças de salão, que floresceram entre a nobreza europeia, descendem diretamente das danças populares. Ao serem transferidas do chão de terra das aldeias para o chão de pedra de castelos medievais, essas danças foram modificadas; abandonou-se o que nelas havia de pouco nobre, nos “loures”, nas “alemandas” e nas “sarabandas” dançados pelas classes que se julgavam superiores (FARO, 1987, p. 31).

Novas regras dentro da dança da corte ligadas a uma nova postura possibilitam e exigem mudanças de atitudes corporais. Passa-se então a construir um novo corpo através destas novas regras, dando origem a uma nova concepção estética ligada diretamente com a força e com a rigidez dos movimentos (SOUZA, 2009).

Segundo Bisse (1999) os balés da corte foram criados a partir das danças populares, que inicialmente, na época de Luís XIII, era um ótimo meio de propaganda, se tornou uma maneira de afirmar o princípio monárquico. Esses balés eram uma cerimônia de adoração ao Rei. O balé da corte, inicialmente era um baile que se organizava tendo centro temático um ato dramático. Somente a partir do século XVII, na França, que o balé foi transformado, principalmente quando Luís XIV fundou a Academia Real de Dança e de Música, com o propósito de restabelecer a dança em toda sua perfeição. Para isso, ela precisava ser trabalhada por profissionais, e isso veio a acontecer a partir de 1681. Então foram criadas as bases do balé clássico internacional, que veio a ser extraordinariamente projetada.

Puoli (2010) destaca que a história do ballet teve início na Itália e depois, com a chegada dos Medicis na França, fortaleceu-se também nesse país. Esse período do ballet romântico vai de 1830 até aproximadamente 1870 e depois a Dança passou a declinar na Europa. Porém, na Rússia, devido ao patrocínio do czar, esse declínio não ocorreu. Então, o centro mundial da dança mudou-se de Paris para São Petersburgo. A Rússia se tornou atraente para muitos bailarinos e coreógrafos franceses que migraram para trabalhar na sede do balé.

O balé em seu apogeu alcançou todas as cortes europeias, e ganhou novo impulso na Rússia principalmente pelo interesse dos governantes pela nova arte, o que fez com que o país se tornasse um refúgio temporário de bailarinos franceses e italianos que buscavam trabalho (FARO, 1986).

Segundo Souza (2009) o Balé Clássico como é conhecido atualmente mantém-se imutável em seu aspecto coreográfico, tanto quanto, em sua formação estrutural rígida acadêmica, na qual os bailarinos são submetidos às técnicas mecanicistas, dentro da mesma lógica de tensões entre os indivíduos participantes. Sobre a manutenção de elementos técnicos dentro da estrutura do balé, Magalhães (2005) afirma que algumas das técnicas utilizadas na Dança dos gregos se mantêm até os dias de hoje dentro do balé clássico, uma delas é a meia ponta, ou releve, absorvido pelo balé de corte e mais tarde pela técnica clássica. Existem muitos documentos épicos que podem dar alguma noção sobre a técnica de Dança usada pelos gregos.

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