Autora: Érica Ferreira de S. B. de Paula – Profª de Educação Física
Considera-se a dança uma expressão representativa de diversos aspectos da vida do homem. Pode ser considerada como linguagem social que permite a transmissão de sentimentos, emoções da afetividade vivida nas esferas da religiosidade, do trabalho, dos costumes, hábitos, da saúde, da guerra etc. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 58).
É comum o entendimento de que a dança é uma das mais divertidas maneiras para ensinar, entender e desenvolver o potencial do corpo humano de forma prática e objetiva principalmente quando os alunos são crianças. Enquanto os alunos se movimentam dançando, o professor tem a possibilidade de ensinar-lhes diversos aspectos inerentes à Educação Física, tais como a noção de espaço, o desenvolvimento físico, a sociabilidade e a noção rítmica, pois no relacionamento entre os alunos em aula, eles passam a conviver com a necessidade de respeitar o espaço do colega que também deve estar engajado no mesmo espírito coletivo da Dança. Além disso, os alunos passam a perceber dentro da linguagem corporal da Dança, uma forma mais alegre e divertida para expressar seus mais diversos sentimentos e até mesmo seus conhecimentos culturais adquiridos no meio onde vivem, sejam eles relativos à Dança, ou não. Tudo isso contribui para enriquecimento do aluno de forma individual e coletiva, pois colabora para a quebra de barreira como a timidez e auxilia no combate à baixa autoestima (LEITE, 2012).
A aplicação da Dança nas Aulas de Educação Física Escolar abre espaço para que o homem se expresse através de seus movimentos mais primitivos e contemporâneos ao mesmo tempo, onde as emoções mais comuns passíveis de manifestações cotidianas sejam incluídas no processo de aprendizagem, e, como afirma Bisse (1999, p.63), “não sejam excluídas pelo processo de racionalismo instrumental desenvolvido na escola e na sociedade em geral”.
A Dança aplicada na Educação Física Escolar serve para tornar o ser humano mais sensível às práticas de seus atributos naturais assumindo necessariamente o papel de coordenadora dos valores que norteiam esses atributos para que os mesmos regulem tais práticas ordenada e democraticamente tanto nos aspectos individuais, quanto coletivos (BISSE, 1999).
O ser humano exerce diferentes maneiras de se compreender o mundo, e para expressar essas diferentes formas de interpretação do mundo o homem utiliza-se de variedades de linguagens. A Dança é uma das linguagens para a compreensão cognitiva do mundo utilizada a milhares de anos conforme já descrito anteriormente neste estudo, portanto, seu emprego nas aulas de Educação Física Escolar oferece aos alunos uma possibilidade riquíssima para a prática dessa compreensão do mundo. Os alunos expressam sua compreensão do mundo e de si próprios, por meio dos movimentos corporais dentro da concepção de belo, e para isso, extraem de si o que há de mais puro e sincero (BISSE, 1999).
Para Sócrates, um dos grandes filósofos gregos, descrito por seu discípulo Platão em Leis VII, a Dança era considerada como a atividade que tinha as características necessárias para a formação do cidadão por completo. Para ele, a Dança daria proporções corretas ao corpo, proporcionaria vivência cotidiana com boa saúde, e, além disso, seria ótima para auxiliar na prática da reflexão estética e filosófica. Por isso deveria fazer parte da educação grega (MAGALHÃES, 2005).
A Dança é um rico conteúdo a ser ensinado nas aulas de Educação Física Escolar, tanto pela variedade de possibilidades, quanto pelo valor cultural agregado a ela. Segundo Nascimento (2011, p.12), “através dela permitimos aos alunos expressar seus desejos, expectativas e necessidades”.
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