Formas de execução harmônica

Blocos sonoros 

Os blocos sonoros são chamados também de acordes em plaquet (plaquetas, em catalão), são executados simultaneamente, com resultado sonoro denso e ritmicamente marcante, ou seja, blocos sonoros extremamente homogêneos.

Arpejos – dedilhados para acompanhamento

Arpejos são acordes tocados nota a nota, criando uma relação muito forte entre a melodia e a harmonia. Os arpejos possuem padrões rítmicos regulares, com as notas do acorde distribuídas ao longo dos tempos dos compassos, com o objetivo de acompanhamento. São muito comuns em acompanhamento no piano e no violão, na textura de melodia acompanhada. Diz-se que os arpejos dedilhados são semelhantes à maneira do baixo de Alberti, ou Baixo Alberti, em referência ao cantor, cravista e compositor italiano, Domenico Alberti (1710-1740), ao qual se atribui pioneirismo em fazer amplo uso do padrão de arpejo cuja ordem da execução é uma nota grave, depois uma alta, uma nota média conseguinte e novamente alta.

A execução harmônica com arpejos é muito comum e fácil de observar em instrumentos como: piano, violão, bandolim, cavaquinho, etc.

Arpejos de execução melódica

As execuções de acordes, em linha ascendes e, ou, descendentes, sem característica de acompanhamento, utilizadas em breves passagens de pequenos trechos e na progressão com escalas em solos, também são chamadas de arpejos. Esses tipos de arpejos melódicos são utilizados fazendo soar as notas do acorde no formato empregado no instrumento, ou na ordem de sua estrutura teórica de formação. Eles são executados em linha melódica como escalas empregadas na improvisação e criação de arranjo, ou ainda, executados em forma de baixo cantante na textura homofônica ou contrapontístico de textura polifônica. 

Chord Melody

O conceito jazzístico chamado “Chord Melody” utiliza dois tipos de execução harmônica, o bloco sonoro e o arpejo rápido, e utiliza a rearmonização como mecanismo para a realização do arranjo em melodias que possuem algum acompanhamento preestabelecido. Para o emprego desta técnica é indispensável um bom conhecimento de conceitos harmônicos para alterar o posicionamento dos acordes, acrescentar ou omitir notas aos acordes  e acrescentar acordes, rearmonizar.    

O uso do violão no choro

O Choro é um gênero musical caracterizado a partir da década de 1910, através do trabalho de Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha, composto por obras de dificuldade técnica considerável, muitas vezes em andamentos rápidos, que exigem técnica apurada para execução com clareza de toque. Caracteriza-se basicamente por aplicação do ritmo relaxadamente com relação ao pulso, sua articulação enfatiza a síncopa, e seus fraseados são geralmente com moderada variação de dinâmica. Sua sonoridade leve e transparente evidencia o uso do violão com baixo cantante e acompanhamento semi-contrapontístico, porém, se mantendo como textura homofônica, caracterizada por uma linha melódica entrelaçada no plano harmônico.

Na melodia, aplicam-se apojaturas, bordaduras ornamentais e melódicas, cromatismo, arpejo maior descendente com sexta, frases longas, utilização da escala menor harmônica descendente sobre a dominante e valorização melódica do contratempo. O baixo é formado a partir dos encadeamentos de acordes invertidos, que se desenvolvem até os contornos melódicos, seu desenvolvimento pode se estender até a região médio-aguda do violão e envolver elementos da melodia. Ele pode exercer a função de condutor harmônico como baixo-melódico e baixo-pedal. Na harmonia destacam-se uso do acorde de Sexta Napolitana e o uso do acordes de dominantes secundária e substituta (subV7), além do uso intensivo de acordes invertidos. No ritmo nota-se principalmente o uso de síncope e quiálteras, e os instrumentos característicos são o cavaquinho, o pandeiro e violão de sete cordas, preferencialmente, para ampliar as possibilidades criativas nas notas baixas (graves).

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