Funções de acordes

Essas são as três funções de acordes para estudo de harmonia: tônica para acordes I e Imsubdominante para acordes IV e IVm; dominante para acorde V7É importante destacar que o acorde, para exercer “com vigor” a função dominante, precisa ser maior e com sétima (tétrade). Portanto, o Vm do tom menor passa a ser V7 para exercer a função dominante. Veja os exemplos em dó maior e lá menor.

T          S          D                                     T          S          D

I           IV         V7     Tom maior           Im       IVm     V7   Tom menor  

C          F          G7    (dó maior)             Am      Dm      E7   (lá maior) 

As três funções de acordes nas doze tonalidades maiores

Tônica, Subdominante e Dominante

Tônica para acordes I e Im; Subdominante para acordes IV e IVm; Dominante para acorde V7.

Tônica, Subdominante e Dominante

As três funções de acordes nas doze tonalidades menores

Tônica, Subdominante e Dominante

Lembre-se que o acorde, para exercer “com vigor” a função dominante, precisa ser maior e com sétima (tétrade). Portanto, o Vm do tom menor, formado na escala menor natural, é substituído pelo V7, formado na escala menor harmônica, para exercer a função dominante.

Tônica, Subdominante e Dominante em Tons Menores

Acordes dominantes da harmonia seccional

Os estudos de harmonia aplicada ao jazz, bossa nova e similares, apresentam cinco tipos de acordes dominantes: primário, secundário, substituto, auxiliar, e extensivo. Este estudo apresenta suas aplicações de forma sintetizada, porém, visando uma exposição ampla de seu conceito estrutural teórico. O conceito de harmonia seccional, também chamado de “harmonia funcional”, e ainda, de “harmonia popular”, faz uso intenso dos acordes com sétima, ou tétrades, porém, para facilitar a visualização e , consequentemente, a compreensão, em alguns exemplos usei acordes em tríades, exceto naqueles de função dominante, tema central deste estudo. 

Dominante Primário: é o acorde maior com sétima (V7) formado a partir da quinta nota da escala maior e das escalas menores harmônica e melódica. Ele prepara os acordes que são formados a partir da primeira nota das escalas maiores e menores, estes são chamados de alvo ou resolução (I7M e Im7), exercem função tônica forte dentro da análise de funções de acordes e podem ser tríades ou tétrades. Sua representação de análise é V7/I para tom maior e V7/Im para tom menor, podendo receber as notas de extensão “nona maior” (9) para tom maior e “nona menor” (b9) para tom menor,  representadas na análise como: V7(9)/I7M (tom maior) e V7(b9)/Im7 (tom menor). Esse acorde com terça maior é formado sobre a quinta nota da escala diatônica, maiores e menores. Ex.: nos tons de sol maior e menor, a quinta nota é ré, portanto, para ambos, o dominante primário é o acorde D7 (ré com sétima).

Dominante Secundário: é o acorde com terça maior e sétima menor formado a partir do intervalo de quinta justa acima das fundamentais dos acorde diatônicos, exceto nos acordes formados sobre a primeira nota da escala e os diminutos VIIm7(b5), em tons maiores, e o IIm7(b5), em tons menores. Ex.: no tom dó maior, os acordes, em tríades ou tétrades, passivos de dominantes secundários são: Dm, Em, F, G e Am (excluindo o C e o Bº (si diminuto); portanto, seus dominantes são: A7/Dm, B7/Em, C7/F, D7/G e E7/Am. Esses grupos de acordes formados por um acorde maior, ou menor, e seu dominante, são analisados como tons implícitos, ou ainda, tons do momento, porque esses grupos são também dominante primário (V) e tônica (I) em outros tons. Por exemplo: C7 e F são, respectivamente, dominante secundário (V7) e subdominante (IV) no tom dó maior; porém, no tom Fá maior, eles são dominante primário (V7) e tônica (I), respectivamente. Por esse método de análise pode-se dizer que é possível aplicar em tons maiores e menores predominantes, outros sub grupos tonais, ou micro tons, chamados também de tons do momento, ou implícitos; porém, permanece a predominância tonal, que é visualizada e perceptível com maior clareza, geralmente, nos inícios e finais das peças ou trechos musicais. 

Os “dominantes secundários” são acordes maiores com sétima (V7) que tem som de preparação para os acordes IIm, IIIm, IV, V e VIm da escala maior, assim como, os acordes bIII, IVm, Vm, bVI e bVII da escala menor natural. Os dominantes secundários, tais como, os dominantes primários, são iniciados da nota que está quinta justa acima da nota tônica de cada um desses acordes alvos, ou resoluções. Suas representações de análises são: V7/IIm, V7/IIIm, V7/IV, e assim, com todos os outros.

Dominante Substituto: este dominante é aplicado na substituição dos demais tipos de acordes dominantes, então ele pode ser substituto dos dominantes: primário,secundário, extensivo e auxiliar. Uma maneira fácil e objetiva de compreender a aplicação desse tipo de acorde, é considerar que todo dominante tem um acorde alvo, ou ainda, que o dominante é uma preparação e o alvo é a resolução; partindo desta consideração, identifique o dominante substituto como um acorde maior com sétima menor, meio tom afrente do alvo. Dois exemplos: se o alvo é C7M, o dominante substituto é Db7, e se o alvo é Em7, o dominante substituto é F7.

Comumente acrescenta-se ao dominante substituto um intervalo de quarta aumentada, ou décima primeira aumentada, porque ele substitui outros dominantes, cujas fundamentais se encontram quarta aumentada acima do dominante substituto. Repetindo um dos exemplos acima, teremos: Db7(#11), como dominante substituto com resolução em C7M, neste caso a quarta aumentada de Db7 é a nota sol, e o acorde sol (G) tem função dominante sobre o acorde dó (C). Existem notas comuns entre o dominante substituto e o dominante substituído; por exemplo, para Db7(#11) como dom. substituto e G7 como dominante primário, ou secundário, a ser substituído, temos a seguinte relação de notas semelhantes sublinhadas:

Db7(#11): réb + fá + sol + dób (si), fundamental, terça maior, quarta aumentada e sétima menor, respectivamente.

G7: sol + si (dób) + ré + fá, fundamental, terça maior, quinta justa e sétima menor, respectivamente.

Dominante Extensivo: também chamado de dominante estendido, é o dominante que prepara o dominante secundário, ou ainda, um outro dominante extensivo, quando numa série de tais. Por exemplo: no tom dó maior, o acorde G7 é dom. primário (V7/I), o acorde D7 é dom. secundário (V7/V7), o acorde A7, quando preparando o D7, é um dominante extensivo, e ainda, o E7, quando preparando A7, é também dominante extensivo. Observe que os acordes A7 e E7, no tom dó maior, também podem ser dominantes secundários, quando seus alvos forem os acordes diatônicos Dm7 (IIm7) e Am7 (VIm7), respectivamente; como dominantes secundários seriam sinalizados assim: V7/IIm7 e V7/VIm7, e como dominantes extensivos seriam sinalizados apenas com V7.      

Dominante Auxiliar: é o dominante que prepara um A.E.M. (acorde de empréstimo modal). Por exemplo: no tom dó maior, o acorde Bb é um A.E.M., original do tom dó menor, e seu dominante auxiliar é o acorde F7; este é formado a partir da nota que está quinta justa acima da fundamental do acorde alvo, seguindo a regra dos dominantes, exceto os dominantes substitutos.

Aula complementar nº 1 Harmonia em slides

imagem-de-rodapc3a9-do-site-3

Esta obra está sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.

Obrigado pela visita!

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.